A capital paranaense foi de exemplo até o quase colapso da saúde pública.
Seis meses após confirmar os primeiros casos de coronavírus em Curitiba, como está a situação da cidade? Confira um breve resumo que Os Cronistas prepararam para acompanhar o que foi passado pela cidade e pela população.
Em meados de março de 2020, o vírus, que começou na China, chegou à capital paranaense e deixou a cidade em alerta. Num primeiro momento, toda a população se fechou dentro de casa em isolamento quase que total. Comércios fecharam suas portas e somente serviços essenciais passaram a funcionar. Os curitibanos, no entanto, pensavam que com as medidas adotadas, o isolamento duraria apenas 15 dias e não precisaria passar pela crise sanitária que outros países, como a Itália, passaram.
No início da pandemia, ainda era orientado que apenas pessoas com sintomas usassem máscara. Já que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas saudáveis poderiam ter a falsa sensação de segurança usando a máscara e, assim, descuidariam dos cuidados necessários. “O uso de máscaras, em si, não garante a proteção, se não for combinado com outras medidas. O problema é que as pessoas que a utilizam podem ter um falso sentimento de segurança e esquecer de outros atos essenciais, como lavar as mãos”, explicou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.
Em abril, com 306 casos confirmados e oito mortes, a prefeitura de Curitiba decretou o uso obrigatório da máscara em espaços públicos, comerciais e de uso coletivo, inclusive transporte público, táxis e carros de aplicativo.
Em junho, com 1.357 infectados e 62 mortes, a cidade implantou um sistema de bandeiras para definir as restrições durante a pandemia. São elas: amarela, laranja e vermelha. A amarela, de nível 1, significa um sinal de alerta e que os comércios poderão operar, com medidas de precaução.
A bandeira laranja, ou nível 2, significa risco médio de alerta, onde há restrições ao funcionamento de serviços e do comércio que propiciam aglomeração de pessoas. Já a última bandeira, a vermelha, ou nível 3, é risco alto e de alerta total. Neste caso há restrição à circulação de pessoas, permitindo apenas o funcionamento dos serviços essenciais.
Quando implantou o sistema, Curitiba adotou a amarela. Mas, ao ver os números se agravarem, a cidade elevou a bandeira e foi para a laranja. Neste momento, os casos registrados em Curitiba cresceram e a taxa de ocupação de UTI SUS exclusivas para Covid-19 atingiu 97%, no dia 25 de julho. Em hospitais como o Evangélico e Hospital do Trabalhador, a taxa chegou a 100% das UTIs exclusivas para Covid-19, segundo dados de 22 de junho da Sesa.
Os casos preocuparam a secretaria da saúde, e constantemente o governo pedia o apoio da população em manter as restrições. Próximo do colapso, os curitibanos seguiram as normas de segurança e, em agosto, os indicadores melhoraram, fazendo com que a prefeitura baixasse a bandeira, para a amarela. Nas semanas de 1º a 7 e de 8 a 14 de agosto houve redução de 20% no número de casos confirmados de Covid-19 e de óbitos pela infecção, segundo a prefeitura.
No entanto, a secretária da saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, alertou que as medidas não eram definitivas e, caso os indicadores da pandemia na cidade apresentem piora, o cenário poderia mudar. “O cumprimento das medidas de prevenção obrigatória são essenciais por parte de todos para que a doença siga controlada”, explicou Márcia à época.
O clima na capital, que seguia semanas com frio intenso, teve dias de muito calor. E, com os comércios abertos, a população saiu do isolamento e aglomerou, principalmente em bares. Esse declínio na postura dos curitibanos fez com que os índices aumentassem novamente e Curitiba adotou a bandeira laranja mais uma vez.
Confira os números atualizados:
Segundo o boletim diário de sexta-feira (11), 37.420 curitibanos foram infectados pela Covid-19 e 1.109 pessoas morreram em decorrência de complicações da doença. Há 4.348 casos ativos e 31.963 pessoas recuperadas.
Segundo o painel da Covid-19 de Curitiba, as regionais com maior número de infecções por 100 mil habitantes, são a do Pinheirinho, Matriz e CIC. As faixas etárias que mais contraíram a doença foram entre 35 e 39 anos e, respectivamente, 30 a 34 anos. No entanto, os dados indicam que a faixa etária que mais interna são as de acima dos 60 anos: 61% em pessoas de 80 anos, 41% de 70 a 79 anos e 28% de 60 e 69 anos.
Em relação às mortes, 78% foram de pessoas acima de 70 anos e em sua maioria homens, com 58% dos números. Além disso, entre os 1.109 óbitos que tinham fatores de risco, 66% eram doenças cardiovasculares e 38% com diabetes.
Confira todos os dados atualizados pelo painel da Covid-19 da prefeitura de Curitiba.
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